Saturday, April 4, 2009

Meus 2 textículos/ Prólogo

Ei amiguinhos! Leiam isto antes de tudo!

Meus 2 textículos estão aqui embaixo!
Não, não é isso, eu escrevi 2 textos e não histórias, e pra divulgá-los, postei-os aqui no blog.

Any press is good press, não?

Os dois textos são o resultado de realmente não querer prestar atenção nas aulas e tentar fugir da realidade, você vai entender tudo ao ler. 

Considere um texto escrito por um anônimo, e não pelo seu amigo-louco Adnet, quem é escritor sabe do que eu estou falando, mas quem disse que eu sou um também? =p

Enfim, eles não estão na ordem, ou estão. Blá, você escolhe, afinal, eu escrevi, você que vai ler, então vai logo ler!


Escrevo, logo penso, logo existo

Não consigo me segurar. Escrever é uma coisa tão boa, aula é uma coisa tão inútil. Considero tudo um requisito pra fazer o que EU quero, talvez não saiba o que é, ainda. Escrever é minha fuga, estou escrevendo sobre minha escrita, não tem sentimento melhor; com exceções, muitas exceções. Eu fujo, ouço vozes, conversas e não me mexo; não tenho informação, nada me importa, meu pensamento se fixa no papel e assim pára de ser finito. Agradeço à escola a me ensinar a ler e escrever, senão eu não estaria presente. Ainda estou fugindo, não estou mais aqui: "Tem algo de errado com ele" ; "Ele está ocupado" ; agora estas são minhas características: errado e ocupado. Sinto que não existo mais, eu fugi, não pertenço à realidade, meu eu-físico está em transe, eu penso e falo e grito, mas minha mão escreve tudo. Estou sozinho, quando alguém me chama a atenção, peço um momento com a outra mão; parar de escrever é inaceitável, me diga, como vou parar de pensar? Não paro, nunca, logo minha escrita é infinita. Se pensamentos são jogados ao universo e são infinitos, também é minha escrita. Não diferencio pensamentos de frases escritas, se eu não estou escrevendo, eu não estou pensando, então como eu paro de escrever? Se eu não soltar, continuarei pra sempre, até a hora de comer. Eu como, assim penso, assim escrevo. Se um dia alguém ler e ouvir isso será maravilhoso. Que esta carta-que-não-é-carta seja impressa num livro de português ou literatura, ou na ficha médica de um hospício. Minha mente está enfraquecida e ainda permanece ativa, presente até demais, se não parar agora, nada acontecerá. Preciso parar, a aula de história começou há 16 minutos, e eu teci a imortalidade, ou me inscrevi num hospício, te verei em outra vida, adeus.

Sou frio e calmo, simplesmente

A prova começa a ser corrigida. Eu me recuso a saber e reconhecer meus erros antes da hora; quando minha prova chegar, eu entenderei. Vou ao banheiro para esvaecer, a descida é lenta e distraída; quanto mais eu demorar, mais vou ignorar o ambiente desagradável ao qual não quero voltar. No pátio, as gotas finas de chuva trepidam no chão, o silêncio e o frio são confortantes, este ambiente é agradável. O banheiro acabou de ser limpo, não há incômodos ou cheiros; Lavo as mãos e o rosto com água fria, minha calma se expande. Eu encontro conforto na sua memória. "Olhos caramelo verde claro", você disse, nunca tivera uma de definição tão boa de um tal tão simples como a íris. Fora do banheiro não está frio, mas fecho o casaco para me agasalhar, as luzes são acesas as 08:13 da manhã. A subida é lenta, mas desta vez cartazes e matérias de jornal prendem minha atenção; "Noite na Taverna" e "O Globo" são meu foco por meros segundos, e você me vem à tona. Na subida a cantoria chula de funk com o bater de palmas rítmicas, pela primeira vez, não me irrita; com você na cabeça, devaneios sobre o futuro e o passado são constantes. Na sala de aula, tumulto; eu sabia que ia sentar e escrever sobre você e como estou me sentindo, é simples e bom, como o frio no inverno. Eu sento, o caderno está aberto e a caneta à minha mão, você é minha inspiração. Meu foco é escrever e mesmo entre gritos, conversas alheias, batuques e incômodos, meu foco é escrever. Meu tom é calmo e frio, na minha frente, batuques constantes, eu reclamo. Como sou calmo e frio, para outros sou escroto, eu mudo de lugar. Ao levantar a cabeça descubro que o gabarito da provas está no quadro-negro-verde. Se eu não tirei zero fui sortudo. Escrever é a única coisa que me tira daqui, eu estou com a minha cabeça, estes são meus pensamentos. No monte do Himalaia também estaria escrevendo, mas estou numa sala de aula. Estou neutro, frio e calmo, minha escrita perdeu o interesse e eu me recuso a parar, não quero estar aqui. Minha cabeça está vazia, não consigo escrever nada além de que minha cabeça está vazia. Você é meu ícone, simplesmente. "Olhos caramelo verde claro", meus próprios olhos te trazem à minha cabeça, apenas nós dois na minha cabeça, separados pela realidade distante. Não quero romantizar, sou frio e calmo, não romântico. Meu texto se torna desinteressante novamente, adeus.