Sunday, November 8, 2009
Mabel
Era uma vez uma linda princesinha chama Mabel. Mabel tinha apenas 9 anos e seu corpo já tinha começado a se desenvolver, com 13 anos, tinha um corpo esbelto já, e todas as outras garotas tinham inveja. Mabel tinha uma mente muito jovem ainda e não entendia a inveja, e porque as outras garotas iriam querer o corpo dela, ela trocaria o corpo dela com o das amigas a qualquer hora! Ela realmente se importava com o que têm dentro das pessoas, e não como elas se parecem. Agora, imaginamos, como uma garotinha dessa idade tem um conceito tão bem formado? Deve ter pais excelentes! Mas talvez não tivesse pais, mas se não tivesse, quem ensinaria pra ela tudo isso? Quem ensinaria pra ela do mundo, sobre o corpo dela, sobre como as coisas funcionam, sobre sua primeira menstruação, sobre sexo, sobre faculdade, sobre empregos, e o perigo do mundo à fora. Coitada da pequena princesa Mabel, quem iria ensinar tudo à ela? Bem, os pais dela a ensinariam, mas eles morreram quando ela tinha 8 anos e 3/4 , logo antes dela se desenvolver. E agora, tinha sido obrigada a viver com seu tio Jack, um alcoólatra que era síndico de um prédio horrível perto de uma escola pública medíocre onde Mabel iria crescer.
ELE
- Como? – simples e fatal, como todas as mulheres são, tentando desesperadamente uma resposta que a faça entender mas que nunca a satisfará. Ele suspira, e responde o óbvio:
- Não sei explicar... – ela o corta com um “Ah, claro”
Como sempre, homens nunca conhecem a real razão de todas as suas ações, acham que sabem o porque de tudo até algo inovador aparecer e eles têm de conhecer também, uma nova descoberta, nova flor, nova mulher. Ele sabe que tem que confortá-la de alguma forma, não pode deixá-la neste estado, só o conhaque não vai resolver, mas vai ajudar.
- Eu nunca esperava que isso fosse acontecer – diz ele, tentando explicar
- Nem eu. – ela se senta, acendendo um cigarro
- Se não fosse esse seu vício de repente...
- Cigarro nunca teve significado, é algo inútil, até de se falar
- E porque fuma, já que é inútil?
- Vicio, você mesmo disse.
Silêncio, Muito já foi falado e por enquanto nada dito. Ele está cansado, leva a mão ao rosto e toma um golde de uísque, depois se apóia nos joelhos, enfim ela solta:
- Que saco cara, que saco!
- Calma, não tem razão pra isso.
- A razão, não sei, mas o motivo – ela para, dá uma tragada com os olhos fixos nele – tem com certeza. – Ele bebe mais, ela também. – Eu só queria entender.
- Você sabe que mesmo com todas as explicações possíveis você ainda vai ter perguntas.
- Então, acabou? Tudo?
- Infelizmente, eu acho que sim.
Ela apaga o cigarro, acaba com o conhaque em um gole e se levanta, imediatamente ele também o faz.
- Ele realmente foi um dos melhores.
- Gostava muito dele.
- Então, aonde vamos jantar?
Bruno Adnet Santos 19/06/2009
Aqui tem outra idéia "genial"
Olá e bem-vindo a “Como viver sua vida”. Vamos começar? Primeiramente vamos responder algumas perguntas: Quantos anos você tem? Qual sua profissão? Como estão suas relações amorosas e familiares? Você tem problemas no trabalho ou na vida social?
Bem, se você está feliz nada disso importa e você perdeu seu tempo respondendo todas aquelas perguntas. Isso mesmo, se você está feliz com sua vida jogue este livro na cabeça da pessoa bem aí a frente na livraria ou se você estiver em casa jogue pela janela e torça para que acerte aquele cachorro chato que late todas as noites. Se você estiver feliz não se importará!
Um aviso, se você for: sadomasoquista, homossexual, bissexual, emo, nerd, CDF, gordo, magro, forte, fraco, amigável, escroto, fechado, aberto como este livro (que você devia comprar). Eu realmente não me importo, este livro irá te ajudar de um jeito ou de outro.
Este livro se baseia em te fazer liberar todas as coisas e sentimentos mesquinhos presentes na sua vida. Se você realmente seguir as instruções desse livro, você terminará este livro satisfeito consigo mesmo.
Capítulo 1: Nomes
Qual o seu nome?
Bem, isso não me importa. Meu nome pode ser Josephino Astrogildo 1,2,3 de Oliveira 4 e as pessoas ainda irão me chamar de Pedro. Apenas porque eu não paro e meus pés são pretos.
Se você está cansado daquele apelido que você ganhou há anos atrás e fica com a cabeça fervendo quando te chamam te “molhadinho” porque estava na quinta série e o bebedouro molhou suas calças. Aqui é onde aprenderá a perder ele.
DESISTA!
Este apelido irá te assombrar para o resto da vida. Estes “nomes” vem de ações ou acontecimentos em sua volta. Você tem que esquecer de se importar com seus apelidos e abraçá-los como se fossem um ursinho carinhoso. Um jeito de retrucar: Pegue a foto de alguém ou olhe para ela diretamente e analise-a por apenas cinco segundos. Você verá algum defeito nela com certeza. Pegue este adjetivo, ponha-o no adjetivo e você terá um novo apelido para seu amigo, inimigo ou colega de trabalho! Ou até seu porteiro!
NÃO LEVEM NADA DISSO EM QUESTÃO, ESCREVO AGORA NA ATUALIDADE EM CAPS LOCK PARA FICAR DIFERENCIADO, TODOS OS TEXTOS AGORA POSTADOS SÃO DATADOS E VELHOS, MAS AINDA CONTAM COMO MINHA EVOLUÇÃO, ENFIM, SE DELICIEM OU NÃO COM ELES.
Idéia pra um livro
Beatriz morava em um apartamento no centro da cidade. Morando no sétimo andar, com uma grande varanda, ela conseguia observar todos que passavam em na ocupada esquina. Em todos os domingos ela sentava na varanda e observava as pessoas andando, imaginando quais seriam suas funções e como seriam suas vidas.
Após duas semanas morando em seu apartamento, que atualmente é dona há 3 anos, este interesse nas pessoas se tornou um hábito. Ela almoçava na varanda todos os domingos à tarde, sem perder um dia. Ela ficava imaginando quem poderia ser feliz ou infeliz, casado ou solteiro, chato ou engraçado.
E em todos os domingos ela iria para varanda com um pequeno caderno vermelho, com capa dura revestida por um tecido que lembrava veludo. E ela escreveria as descrições das pessoas que via, estórias inventadas por ela e ainda conseguia falar das famílias dos desconhecidos que passavam na esquina.
Ela perdia eventos, viagens e encontros apenas para escrever sobre os desconhecidos de sua varanda, inventando contos extraordinários para seus desconhecidos, ou em dias chuvosos, estórias mais trágicas, e quando o sol batia em seu rosto, escreveria estórias românticas ou de aventura.
Quando via uma família passar, escrevia sobre estórias infantis. Quando um casal passava, ela escreveria sobre estórias tão românticas que chegavam a precisar de censura às vezes. Quando via animais, criava animais falantes, agindo como humanos.
Ela escrevia tanto que aquele pequeno caderno vermelho não foi o bastante para sua vasta imaginação. Ela comprava mais cadernos à cada dois meses, apenas para suprir sua necessidade de escrever.
Contraditoriamente à seu hábito, Beatriz era uma fotógrafa bem sucedida que tinha uma galeria à algumas quadras de seu apartamento. Mas, sua ocupação ajudou suas histórias, pois ela conseguia tirar lindas fotos para dar ilustrações à suas estórias.
Na fronteira
Na fronteira
“Só tenha cuidado para não se machucar
A divisão de mundos é coisa de filósofo
E quem não sabe voar não entra aqui”
Seu mundo não quer que você vá
O novo mundo não quer que você fique
Seus amigos lamentam sua partida
Mas você sempre irá lembrar que eles te deixaram voar
O novo mundo te espera, te acolhe, guarda novas aventuras
Talvez as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá
Mas como você pode voar, com certeza vai retornar
O velho mundo dá adeus, agradece e diz bye bye
Mas nunca fala que acabou
Sempre estará lá, a te esperar
O novo mundo sempre a te receber
E seus amigos, sempre deixaram você voar
Bruno Adnet Santos – 29/06/2009
BRUNO ADNET SANTOS, A POSITIVO
Bruto, realista, único, notório, outro
Admissível, distinto, nada, excessivo, transeunte
Satisfeito, amigável, nocivo, transgressor, osmótico, sensível
Não me intitulo um poeta, mas um amante da escrita
Fujo sempre com ela, e ela aparece só quando quer
Ela é minha amante, indiscreta para uns
E desconhecida para outros
Não sou aluno nota dez nem A
Já fui, agora escrevo...
Odeio que me interrompam
Às vezes é por uma boa causa
Minha amante, sempre bem-vinda
Mas antes dela há coisas mais lindas
Ela não me deixa esquecer sua idade
Ou seu dono
Ainda tenho que admitir outro amor
Aquele irrefutável, poucos tem, muitos o conhecem
Não tema minha amada, não fique com ciúme
Só vou te esquecer quando estiver no cume
Até lá, fuja comigo e venha encontrar
Em qualquer outro lugar eu não quero ficar
Bruno Adnet Santos - 02/07/2009
179
Eu tenho que usar o termo "locomoção de corpos" porque dentro do ônibus lotado, a mistura do calor, dos toques e encostes de desconhecidos, a intimidade inexistente entre todos, nenhuma pessoa é pessoa, se perde a identidade humana, que se prevalece apenas na educação (de poucos) que cedem o tão desejado lugar de sentar para idosas e crianças.
Parece que dentro de um ônibus lotado é a mesma coisa que lançar 10 leões numa jaula e apenas uma gazela. A probabilidade dessa gazela sair viva é bem maior do que enfrentada por apenas um leão, estes leões vão se atacar, se matar, se rasgar por esse pedaço de comida que vale a pena a morte de um de sua própria espécie. E nós somos os leões e os assentos, a gazela.
Ok, talvez tenha exagerado a metáfora um pouco, mas como já disse, dentro do ônibus a identidade humana e racional se perde. Permanece apenas o instinto, dentro de todos os animais, a diferença é que nós pensamos, nós pensamos principalmente em quando nosso ponto chegar, quando vamos sair, quando toda essa gente vai sair? Se pelo menos pudéssemos alcançar a metafísica de nossa própria alma, alcançar o estágio de puro extâse, talvez dentro do ônibus não nos importaríamos com a presença suada dos corpos, talvez nem os sentíssimos.
Isso nos deixa a pensar, a metafísica, o poder da mente, porque não podemos usar a famosa lei da atração para conseguirmos um 179 vazio? No dia anterior, ir dormir com este pensamento na cabeça: "amanhã pegarei o 179 vazio, eu vou ser o primeiro no ponto, vou conseguir!". Acho que não é levado em conta as outras variáveis da vida, como o atraso dos amigos, o esquecimento de coisas e as outras milhares de pessoas que estão pensando a mesma coisa na mesma coisa.
Temos que realmente ACREDITAR que o ônibus está vazio pra lei funcionar, literalmente chegar ao estado beta da mente de pura imaginação e ver o 179 vazio e sentir o espaço para sentar e relaxar se ficar confortávelmente por 30 minutos com o ar batendo em nossos rostos e chegarmos sem estresse e sem briga entre nossas queridas amizades.
Agora eu quero ver quem vai acreditar num ônibus vazio quando você está em pé, com 4 pessoas em pé a sua volta quando realmente só tem espaço pra uma, quando você estiver sentindo o calor afetar os seus sentidos, quando você ver que não tem opção a não ser se manter o mais parado possível para não cair, quando o equilíbrio que te segura depende apenas de sua própria força que você quase não confia mais.
Em conclusão, lhes dou um conselho, façam-se favores e peguem o 179 cedo na manhã quando ele realmente não está tão lotado, quando as pessoas ainda não acordaram ou já foram pro trabalho. Por favor, vá com calma. Não beba se for dirigir e se for beber, me chame.
Tuesday, May 19, 2009
Transe ilícito (Parte II)
Um homem com muitas sardas (visíveis mesmo no escuro) se aproxima em silêncio. Você sente os efeitos da droga e dispara um elogio ao desconhecido:
- Você é bonito.
- Sou?
- É. A sua aura...
Embora sinta o mundo desacelerar, sabe que os pensamentos fluem como nunca. Não formula frases completas nem acompanha seqüências lógicas – as idéias surgem, mas logo morrem. As superfícies desaparecem, pois você só busca a essência de cada coisa. Não importam os cabelos cor de ferrugem ou os olhos castanhos: você se interessa pela identidade escondida atrás da máscara.
Ele estende a mão, esperando um cumprimento. Você se levanta e puxa o sujeito para a pista, onde se desmancha em movimentos aleatórios. O ruivo aprova a manifestação psicoativa da sua dança e observa de perto o ir e vir dos seus braços esticados. A música termina e ele te leva ao corredor do apartamento. Vocês ficam mais sozinhos do que nunca estiveram.
Sua introversão inicial se torna lenda com essas quatro palavras:
- O que você quer?
- Qualquer coisa.
- Eu não posso!
Você repele a idéia absurda de trair. Não entende esse querer e culpa a droga pelo seu desejo. Visualiza a cena: corpos de almas distantes enroscados no corredor. O transe ilícito em todos os sentidos.
- Não pode por quê?
Abre a boca sem emitir som. Vira o rosto. Abandona o rapaz. Após poucos segundos, esquece pra sempre a iminência do adultério, nem tão iminente assim.
Pega uma cerveja e se afasta de rostos atraentes. Percebe que alguém pode te reconhecer e se esconde. Conhecidos de conhecidos passam sem te notar. A multidão escurece as feições, que se despersonalizam na pista.
Você se isola, mas as performances de troca de casais continuam a diverti-la. Vê que duas pessoas se excluem num canto e derrubam um vaso de flores. No chão, cacos e pétalas se reúnem aos copos vazios. O estrépito é ignorado por todos.
O homem aperta o outro contra o peito e desliza a mão pela sua cintura. A calça jeans de cós baixo mostra a cueca xadrez do garoto apalpado.
Deja-vu.
O infeliz objetivo se cristaliza na sua frente. O flagrante entorpece sua sensatez e você não cogita nada além de vingança. Seu homem com um homem? Ou era aquela uma fêmea de poucos cabelos?
Wednesday, May 13, 2009
Transe ilícito (Parte I) por Belle
Acredita, sem crer, que é ainda cedo para explicar sua vinda ao quinto andar desse condomínio de luxo. Enquanto se ocupa com a espera, assiste de olhos fechados à cena que se desenrola atrás da porta.
Os sons previsíveis da guitarra se desencontram no último volume. Um baque contra o chão denuncia a embriaguez de pernas que tropeçam na caixa de som. A madrugada, já hostil, toca a campainha mais uma vez.
A angústia cresce no corredor. Sua expectativa inala a apnéia acesa pela festa. Eles puxam, prendem, soltam e passam. Lá dentro, todas as janelas estão fechadas. É compreensível, portanto, que a sala não abasteça devidamente os (cinzentos) pulmões dos convidados.
Toca a campainha mais uma vez. Revolta-se com a patetice de seu gesto. Eles nunca vão lhe ouvir. Encosta na maçaneta e, sem forçá-la, abre a porta. Sabe que ninguém percebe sua presença e escolhe o sofá mais afastado do tumulto. Espreme o quadril ao lado de muitos outros e tem a súbita necessidade de ocupar as mãos.
Acende um cigarro; a confiança da nicotina invade seu sangue. Levanta o rosto em direção à pista e observa o ir e vir dos copos e corpos que os seguram com ensaiado desdém. O espetáculo lhe entretém.
Ri com o canto da boca e pensa que não há melhor ocasião do que uma festa para se notar o desespero de se inserir, reconhecer-se no coletivo e atuar perfeitamente como membro do clã. Todos os convidados seguem seus papéis à risca. O roteiro diz que devem beber, saber beber, fumar e saber fumar. Essa conduta gera um entrosamento óbvio das criaturas, avessas à solidão.
Lembra-se, por fim, de seu objetivo inicial. Olha pra frente e encara seu próprio rosto refletido no espelho. Você se reconhece e sabe que não está aí por acaso.
Seu destino é o que você escolher em seguida.