Saturday, April 4, 2009

Escrevo, logo penso, logo existo

Não consigo me segurar. Escrever é uma coisa tão boa, aula é uma coisa tão inútil. Considero tudo um requisito pra fazer o que EU quero, talvez não saiba o que é, ainda. Escrever é minha fuga, estou escrevendo sobre minha escrita, não tem sentimento melhor; com exceções, muitas exceções. Eu fujo, ouço vozes, conversas e não me mexo; não tenho informação, nada me importa, meu pensamento se fixa no papel e assim pára de ser finito. Agradeço à escola a me ensinar a ler e escrever, senão eu não estaria presente. Ainda estou fugindo, não estou mais aqui: "Tem algo de errado com ele" ; "Ele está ocupado" ; agora estas são minhas características: errado e ocupado. Sinto que não existo mais, eu fugi, não pertenço à realidade, meu eu-físico está em transe, eu penso e falo e grito, mas minha mão escreve tudo. Estou sozinho, quando alguém me chama a atenção, peço um momento com a outra mão; parar de escrever é inaceitável, me diga, como vou parar de pensar? Não paro, nunca, logo minha escrita é infinita. Se pensamentos são jogados ao universo e são infinitos, também é minha escrita. Não diferencio pensamentos de frases escritas, se eu não estou escrevendo, eu não estou pensando, então como eu paro de escrever? Se eu não soltar, continuarei pra sempre, até a hora de comer. Eu como, assim penso, assim escrevo. Se um dia alguém ler e ouvir isso será maravilhoso. Que esta carta-que-não-é-carta seja impressa num livro de português ou literatura, ou na ficha médica de um hospício. Minha mente está enfraquecida e ainda permanece ativa, presente até demais, se não parar agora, nada acontecerá. Preciso parar, a aula de história começou há 16 minutos, e eu teci a imortalidade, ou me inscrevi num hospício, te verei em outra vida, adeus.

1 comment:

Dindo said...

Continue..respirando, comendo, escrevendo.

A loucura é santa.